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CURSO

DANDARAS

Construindo o Pensamento Crítico e Promovendo Formação Política com Mulheres Negras do Estado do Rio Grande do Sul

INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

As confirmações de vagas foram enviadas por e-mail

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CURSO

DANDARAS

Construindo o Pensamento Crítico e Promovendo Formação Política com Mulheres Negras do Estado do Rio Grande do Sul

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  • SOBRE O CURSO
    O Curso Dandaras - Construindo o Pensamento Crítico e Promovendo Formação Política com Mulheres Negras do Estado do Rio Grande do Sul, busca por meio da formação e articulação de diversos segmentos de mulheres negras (principalmente quilombolas, jovens, trabalhadoras domésticas, moradoras de periferia, lésbicas e/ou bissexuais) o fortalecimento das organizações que estas compõem. Desta forma amplia a rede tanto de enfrentamento ao racismo, machismo e sexismo, quanto de proteção as ativistas e defensoras dos direitos humanos voltados à população negra. Tendo em vista que a mulher negra sempre necessitou estar inserida na luta por melhores condições de existência e isso se dava através de diversas formas de organização, desde o período escravista, no pós-abolição e até os dias atuais, com organizações que nem sempre se acomodaram nos moldes formais, mas que sempre foram constantes. Uma dessas mulheres foi a líder do Quilombo Quariterê, a Teresa de Benguela, conhecida como “Rainha Teresa”. Nascida no século XVIII, ela chefiou a comunidade nas proximidades de Vila Boa da Santíssima Trindade, formada por cerca de cem pessoas, entre negros e indígenas, entre 1750 e 1770. Responsável pela estrutura administrativa, econômica e política da comunidade, a líder quilombola promoveu o crescimento militar e econômico do grupo após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por bandeirantes. Mais do que isso, no que diz respeito à luta pela vida compreendida na resistência cotidiana, como relata a intelectual, política, professora e antropóloga negra, Lélia González, “é a mulher negra anónima, sustentáculo econômico, afetivo e moral da sua família, aquela que desempenha o papel mais importante. Exatamente porque, com sua força e corajosa capacidade de luta pela sobrevivência, transmite a suas irmãs mais afortunadas, o ímpeto de não nos recusarmos à luta pelo nosso povo. Mas sobretudo porque, como na dialética do senhor e do escravo de Hegel - apesar da pobreza, da solidão quanto a um companheiro, da aparente submissão, é ela a portadora da chama da libertação, justamente porque não tem nada a perder”. A própria Lélia é um exemplo disso, filha de um ferroviário negro e uma empregada doméstica indígena, colocou sua intelectualidade a serviço da luta das mulheres negras brasileiras. Por meio da psicanálise, do Candomblé e do contato com a cultura brasileira assumiu sua condição de mulher negra e foi uma das grandes revolucionárias deste país. Como autora foi além de seu tempo e conseguiu apontar o racismo e o sexismo, tendo importante atuação política. O efervescente protagonismo das mulheres negras, orientado num primeiro momento pelo desejo de liberdade, pelo resgate de humanidade negada pela escravidão e, num segundo momento, pontuado pelas emergências das organizações de mulheres negras, vem desenhando novos cenários e perspectivas para as mulheres negras e recobrindo as perdas históricas. Assim, produziram avanços no plano das políticas públicas e marcaram a trajetória de desmonte do “mito da democracia racial”, além de promover a qualificação do embate/debate político-ideológico sobre o racismo e o sexismo que imperam na sociedade brasileira. Ressaltamos aqui, como exemplo, as ações da doutora negra gaúcha Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva que por indicação do Movimento Negro assumiu o cargo de conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, nesta condição foi relatora do Parecer CNE/ CP 3/2004 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Sumariamente, podemos afirmar que o protagonismo político das mulheres negras tem se constituído em força motriz para o alargamento dos sentidos de democracia, igualdade e justiça social, noções sobre as quais gênero e raça impõem-se como parâmetros inegociáveis. Pois, no atual contexto político, tais ideias de liberdades estão sendo combatidos e as mulheres negras são as mais atingidas. Presenciamos o acirramento do racismo institucional que produz não só a falta de acesso e o acesso de menor qualidade aos serviços e direitos, mas é, também, a perpetuação de uma desigualdade social entre os brasileiros. Dito isto a partir da análise dos dados do Atlas da Violência 2018 que relata o aumento de 15,4% de homicídios de mulheres negras nos últimos dez anos, enquanto houve uma queda de 8% entre as mulheres não negras. Há que se perguntar: por que a mesma política de prevenção produz efeitos tão distintos entre negras e não negras? Portanto, “eles querem nos matar, mas nós combinamos: não vamos morrer”, essas palavras da escritora negra Conceição Evaristo representam os objetivos centrais deste projeto. A emancipação que as mulheres negras buscam e conquistam é a emancipação política. Como afirma Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, a ação política das mulheres negras vem promovendo: o reconhecimento da falácia visão universalizante da mulher; o reconhecimento das diferenças intragênero; o reconhecimento do racismo e da discriminação racial como fatores de produção e reprodução das desigualdades sociais experimentadas pelas mulheres no Brasil; o reconhecimento que essa ideologia produz para as mulheres do grupo racial hegemônico; o reconhecimento da necessidade de políticas específicas as mulheres negras para a equalização das oportunidades sociais; o reconhecimento da dimensão racial que a pobreza tem no Brasil e, consequentemente, a necessidade do corte racial na problemática da feminização da pobreza; e, o reconhecimento da violência simbólica e a opressão que a brancura, como padrão estético privilegiado e hegemônico, exerce sobre as mulheres não-brancas. Desta forma, este curso visa incentivar entre as participantes a construção de um projeto político de país, a partir de valores civilizatórios africanos, em que as mulheres negras sejam protagonistas na criação de políticas públicas que efetivamente diminuam as desigualdades sociais e raciais, o empobrecimento da população negra, a concentração de riquezas, a precarização do trabalho, o feminicídio de mulheres negras, o genocídio e o encarceramento da população negra. Pois, cabe às mulheres negras, a maior parcela da população brasileira, desenvolver um Novo Pacto Civilizatório para o Brasil e ocupar espaços nas tomadas de decisões de políticas-públicas.
  • PÚBLICO
    Mulheres negras residentes no estado do Rio Grande do Sul de diversos seguimentos (ativistas do movimento social, quilombolas, jovens, trabalhadoras domésticas, moradoras de periferia, lésbicas e/ou bissexuais).
  • OBJETIVOS
    Objetivo Geral Promover formação política para mulheres negras urbanas, rurais e quilombolas, ativistas sociais de diversos segmentos sociais no estado do Rio Grande do Sul. Objetivos Específicos Formar e fortalecer redes de enfrentamento e proteção contra o racismo, machismo e sexismo entre 130 mulheres negras urbanas, rurais e quilombolas, líderes de diversos segmentos sociais do Estado do Rio Grande do Sul; Estimular o pensamento crítico em relação aos diversos aspectos, político, econômico, cultural e social, que estruturam a sociedade. Fomentar a percepção das mulheres negras urbanas, rurais e quilombolas, inseridas em seus territórios da sua importância como agente político e articulador.
  • CARGA HORÁRIA
    48 horas/aula
  • FORMATO
    O curso é apresentado em dois formatos: Ensino a Distância (EAD) e Ensino Presencial. No formato em EAD será formada uma turma com 5O alunas e no Ensino Presencial serão formadas duas turmas com 40 alunas cada. Os encontros presenciais serão realizados no Campus Centro UFRGS em Porto Alegre e o Ensino a Distância – EAD, as atividades são realizadas virtualmente por meio da Plataforma Moodle disponibilizada pela UFRGS.
  • CRONOGRAMA
    TURMA A Modalidade: Presencial Encontros: 31/05/2019 e 01/06/2019; 14/06/2019 e 15/06/2019; 28/06/2019 e 29/06/2019 TURMA B Modalidade: Presencial Encontros: 12/07/2019 e 13/07/2019; 26/07/2019 e 27/07/2019; 09/08//2019 e 10/08/2019 TURMA EAD Modalidade: Ensino à Distância Período: de 01/07/2019 a 06/09/2019
  • CERTIFICAÇÃO
    Os certificados serão disponibilizados gratuitamente no site da UFRGS, para quem atingir 75% de frequência e apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso.
  • PROGRAMA
    EIXO 1 - Cultura, Corpo e Identidades Ementa: A disciplina aborda as transformações culturais que emergem ao longo dos séculos XIX e XX, faz um breve mapeamento das estratégias mais recorrentes de representações identitárias dos corpos negros na contemporaneidade e a partir dos estereótipos construídos por uma sociedade racista, sexista, homofóbica e patriarcal. Objetivo: Trabalhar aspectos que são considerados marcadores da cultura, do corpo e da identidade das mulheres negras. Duração: 8h EIXO 2: Gênero e Feminismo Negro Ementa: A disciplina está focalizada no estudo das relações de gênero/raça, feminismo e feminismo negro, bem como suas interlocuções e estruturas sociais que estabelecem relações de poder. Objetivo: Introduzir intelectuais e conceitos relevantes às questões de gênero e do feminismo negro, dando prioridade a partir de práticas e referenciais teóricos produzidos por mulheres negras. Duração: 8h EIXO 3: História da África e Brasil Colônia Ementa: A disciplina inclui a discussão da diáspora negra africana em solo brasileiro, assim aborda os principais marcos da História da África e do Brasil Colônia relevantes para construção das relações de poder, subordinação e desigualdade social e racial. Objetivo: Resgatar marcos histórico do período Brasil Colônia e da História da África para melhor compreensão da conjuntura atual. Duração: 8h EIXO 4: Marcos Legais das Políticas e Enfrentamento ao Racismo Ementa: A disciplina focaliza os marcos legais da legislação vigente brasileira que regulamentam os direitos da população negra, bem como estratégias para enfrentamento do racismo e sexismo , por parte do Estado (Resoluções e Leis) e por parte da sociedade (Movimentos Sociais). Objetivo: Instrumentalizar através de marcos legal e resolução, leis, decretos e estatutos para o enfrentamento ao racismo e sexismo. Duração: 8h EIXO 5: Economia, Saúde e Educação Ementa: A disciplina elenca aspectos relevantes, direcionados a economia, educação e saúde, relacionados à população negra. Objetivo: Informar sobre aspectos relevantes os setores da economia, saúde e educação importantes para o conhecimento das mulheres negras na relação sócio/política em seus territórios. Duração: 8h EIXO 6: Conjuntura, Boas Práticas e Apresentação do Produto Ementa: A disciplina propõe-se a fazer uma breve análise de ações promovidas por organizações sociais em que as mulheres negras são lideranças. Também, aborda aspectos relevantes da conjuntura atual político/social relacionados à população negra, bem como, ações e estratégias de resolução e enfrentamento à desigualdade social racial no Brasil. Objetivo: Apresentação das projetos desenvolvidos pelas alunas. Duração: 8h
  • INSCRIÇÕES
    De 6 a 19 de maio, até as 22h.
  • CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
    Para inscrição no curso presencial o critério de seleção é ser mulher negra, residente do Rio Grande do Sul e maior de 16 anos. Para inscrição no curso EAD o critério de seleção é ser mulher negra, com acesso a internet domiciliar e/ou pública, residentes no perímetro urbano e/ou rural dos municípios do estado do Rio Grande do Sul estabelecidos em edital.
  • INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
    O Instituto Akanni disponibilizará às participantes ajuda de custo para transporte e almoço.

REALIZAÇÃO

APOIO

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